Um Sítio...Joaquim Vairinhos

Um Sítio...Joaquim Vairinhos
Poesia, Prosa e Música.

domingo, 2 de outubro de 2011

setembros


 manto solar estende desenrola
seus raios
espreguiçando seus membros
em ruas da cidade
joga o claro escuro das janelas
das portas num esconde
esconde de amanhecer
como convite ao acordar
adormecer

enleiam-se braços
trocam-se corpos numa
simbiose formal de encontro
sem chama num ato de
despedida da cama

maria reticente bem acordada
de insónias visitada
aguarda não por amor
por nada

baila na cabeça madrugadas
de incertezas
criança, livros, escola
roupa
vai e vem estelar que
certezas iluminam
suas alvoradas

pão carne batatas
feijão
casa gás luz
que cava a insónia
para lá da televisão
que tudo se reduz

sentir a vida em contramão
saber o josé desempregado
anita sem abono
salário em redução
diário malfadado

josé não tenho não
amor foi guardado
em armários de aflição
resta rezar a fátima
que me segure o patrão

Emílio Casanova, in “ninguém compra”

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