Sei de uma saudade
meu amor
que invade meus lábios
não pelos teus beijos
que nunca senti
mas pelos desejos
que sinto por ti.
Sei de um mar
meu amor
irmão do horizonte
azul celeste
que me submerge
navegando
nos rios que há em ti.
Sei de um rio
meu amor
que não corre
para o mar
levita na floresta
em busca sem fim
sem braços para amar.
Sei do amor
que tenho por ti
mesmo que tenhas
teus olhos desiludidos
defraudados
fechados
para mim.
Joaquim Vairinhos, in “Confissões”.
terça-feira, 12 de março de 2019
segunda-feira, 11 de março de 2019
Como não gostar de ti assim :
nos teus olhos simples
não vejo nuvens
nas palavras
verdades
mesmo quando soam
a pedras
nas mãos afagos
embora doridas por mágoas
no colo de teus seios
meigos choros
como não gostar de ti
se és pão de trigo maduro
vinho de sangue nas veias
ventre de sementeiras
terra de sol e luas
na paz de marés cheias
como não gostar de ti
parte de duas partes
unidas :
sou yang tu yin
unidos com um fim.
joaquim vairinhos
nos teus olhos simples
não vejo nuvens
nas palavras
verdades
mesmo quando soam
a pedras
nas mãos afagos
embora doridas por mágoas
no colo de teus seios
meigos choros
como não gostar de ti
se és pão de trigo maduro
vinho de sangue nas veias
ventre de sementeiras
terra de sol e luas
na paz de marés cheias
como não gostar de ti
parte de duas partes
unidas :
sou yang tu yin
unidos com um fim.
joaquim vairinhos
quinta-feira, 7 de março de 2019
Se ainda musas houvesse
voaria entre os olhos
das estrelas
procurando nas sombras
teus cabelos
para neles adormecer
sorrindo
no teu colo de mulher
vem comigo bela amiga Ana
levo tua mão na minha mão
num labirinto
coberto de verdes
flores de algodão
como são doces
esses instantes
perduram na imaginação
vivem no sonho !
Joaquim Vairinhos.
voaria entre os olhos
das estrelas
procurando nas sombras
teus cabelos
para neles adormecer
sorrindo
no teu colo de mulher
vem comigo bela amiga Ana
levo tua mão na minha mão
num labirinto
coberto de verdes
flores de algodão
como são doces
esses instantes
perduram na imaginação
vivem no sonho !
Joaquim Vairinhos.
quarta-feira, 6 de março de 2019
refugiados da síria
mágoas em mãos sofridas
fazem rugas em almas
delas desabridas nas noites frias
fugidas da guerra fratricida
caminham em vielas perdidas
famintas entre barracas
iluminadas com tochas de fumo
pés encharcados na lama
num esterco humano pífio
desorganizado na vil tristeza
de nações hipócritas sem pilares morais
marcham para verdadeiro assassinato
mulheres crianças e velhos
que só buscam a sua paz
quem as vê quem as sente
quem as ajuda
joaquim vairinhos
mágoas em mãos sofridas
fazem rugas em almas
delas desabridas nas noites frias
fugidas da guerra fratricida
caminham em vielas perdidas
famintas entre barracas
iluminadas com tochas de fumo
pés encharcados na lama
num esterco humano pífio
desorganizado na vil tristeza
de nações hipócritas sem pilares morais
marcham para verdadeiro assassinato
mulheres crianças e velhos
que só buscam a sua paz
quem as vê quem as sente
quem as ajuda
joaquim vairinhos
domingo, 3 de março de 2019
mulher de vermelho despida
teu sangue rubro transborda
invasor de tua veste
apela num calor animal ao ardor destemperado
rico na entrega que despe amor insaciado
refrega gestos beijos
gritos ais
tudo o que é dádiva não é demais
na posse verdadeira
como agora seria veia
artéria
para levar direito transmissão total
no vale da decisão
sugar no sangue esse vermelho que te cobre
que te envolve
num colorido de transgressão.
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