Um Sítio...Joaquim Vairinhos

Um Sítio...Joaquim Vairinhos
Poesia, Prosa e Música.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Se todos os caminhos percorridos
tivessem tido sucessos
como seria desprezível
qualquer conquista
passo no passo persigo
muitas vezes não sei o quê
talvez convencido
de progresso em progresso
se amo com amor
tantas vezes
não sei o que faço
maldigo-me
pelas simplicidades do gesto
haverá caminhos fingidos
na dor amassados ?
como brilharia a estrela
que me levasse ao sucesso
assim de pé ante pé
passo
pela vida com ilusão
uns muitas vezes
chamam-me à sua razão
convencidos que renego
todos aqueles belos passos
que agitaram este coração.
Joaquim Vairinhos,

Que vozes são estas no falso Pontal.
Não de demónios
de homens que se julgam anjos
e se perdem todos os anos
nas pedras quentes
de um pontal adjetivado
como enorme prego
que atravessa consciências
em dimensões que vivemos
resistimos e sofremos.
Com aqueles coros que recusamos.
Que pontal é esse disfarçado,
mascarado, que não tem uma voz de
perdão pelas palavras em promessas
que constroem a ilusão.
Que pontal é este que
de descontentamento
faz a festa sobre ossos e restos
de cabelos pardos, peles secas,
olhos fundos.
Que gente é esta ?16 août 2017, 07:42Quarteira
Joaquim Vairinhos, in "A Essência da Política"
Quadro de Paula Rego.
Ofício de viver sem estrelas no céu
que maçada, descem como lastro
sem sonhar
porque não sabem.
Sonhos são asas da mente
velas desfraldadas,
sempre
na procura do vento que as leve
para mundos sem donos
da liberdade de pensamento.
Eternos incrédulos
à força do sonho na esperança da vida
em mutação.
Eles não sabem, eles nem sonham !
Joaquim Vairinhos, in " A alma das palavras ".
Foto de quadro de R.Magritte - chuva de homens.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

...
somos seres animados
há os que se movem
há os permanentes sem mudar de lugar
...
todos em função
ligados na rede necessária
...
mulher...homem...árvores...flores...cão...gato
mosca ...macaco
com sapato...chapéu...vestido...calças
sem sapato
...
somos ilustrações de um texto
no contexto do nosso próprio texto
construído com palavras...sinais...movimentos
afetos... pensamentos
...
somos vida na essência do não existir
existindo
...
viajantes infinitos correndo pelo vento
pelo sol...
pelo dia...
pela noite...
...
na busca da aurora que acorrente
anéis da liberdade emanente
...
somos seres geminados
buscando
divindades na vida construída
em simplicidades de coexistir...
Joaquim Vairinhos,
Dali.