Um Sítio...Joaquim Vairinhos

Um Sítio...Joaquim Vairinhos
Poesia, Prosa e Música.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

onde estará aquela luz
que passa :

em suas cores quentes
aprende sensações
mitiga dores
abre horizontes
calca sonhos sobre sonhos

longa é a subida
na íngreme ladeira
da montanha
verdejante de esperança

flores no caminho não

bailam pétalas
de todas as cores
na luz brilhante
da imaginação

serão cores
de amores futuros

serão arco-íris 
de sedução

serão aves exóticas
tingidas de mil penas

serão asas doridas
de voos
do coração

serão ventos
levantados de ilusão

é terra
oceano
fogo 
vida em sua
explosão de amor

vestida de mil cores

Joaquim Vairinhos, in "...espumas...", a publicar brevemente.

sexta-feira, 26 de julho de 2013



simbioses de espuma
em contentamentos a dois

esvoaçam sem bruma
nas transparências da seda
que cobrem sua pele

em plenitude sensual
viajam no clímax dos amantes
como virgens sem horizontes

nascendo dos sóis de sempre
em oceanos de orgias
buscam não sabem o quê
nos afazeres dos dias

será a eternidade ?



joaquim vairinhos

carne na carne
sem feridas aparentes,
são rosas vermelhas
com espinhos no caule verde

assim se mede um amor,
nas agruras cinzentas
dos anos meses e dias
em oceanos de tormentas

procuras paz, no calor do corpo
semeias carinhos em profusão,
deixas suores na pele amante
de perdão em perdão :

ficas subserviente...

joaquim vairinhos

beijos
doces de mel
escorrendo pelos cantos
dos lábios
inundando coração
mensageiros de carinho
povoam sonhos
em florestas sem caminhos
procurando esse tesouro
que chamamos AMOR


joaquim vairinhos

terça-feira, 23 de julho de 2013

pisei na renda do mar
o som suave da areia
vi nas mãos da noite 
sonhos adormecidos
em estrelas cadentes

busco horizontes de azul
sem margens e fronteiras
quebradas que são barreiras
de um amor sempre novo

pisei na renda da areia
o som suave do mar
em ondas verdes vi
tua sombra na luz
da manhã adormecida

sorrimos ...



Joaquim Vairinhos

sexta-feira, 19 de julho de 2013





Coexistindo em turbilhão
na mente
quando se quer colocar na folha
nada ocorre
tudo escorre em branco
tudo se tem ausente
como vácuo ocupando
inibindo
aprisionando
esse direito
essa capacidade
essa vontade
que nos dá a liberdade de poder escrever
parecendo estar presente
e, tanto que temos para dizer.

São ideias sem palavras
sentimentos em profusão
pensamentos castrados
em danças sinfónicas
versos ausentes
de poética inspiração.

Apetece rasgar a mente
atirar olhares para o infinito
riscar sorrisos no nariz
ranger os dentes
amassar as teclas
em solventes comprimidos,

e tanta coisa para dizer...

joaquim vairinhos

quinta-feira, 18 de julho de 2013

noite suave


um suave doce no seio 
onde cabe um coração...

um afago terno no ventre
onde guarda semente...

um toque nos lábios
onde mel fala...

um carinho no joelho
onde dobras amor...

um abraço na cintura
onde crias esperança...

uma palavra meiga no ouvido
onde delícias começam...

uma noite sem fim

ais na pele...
calor no peito...
olhos nos olhos...
mãos no corpo...
alma em espírito...
desejos na mão...

e, estrelas bebendo.

emilio casanova

quarta-feira, 17 de julho de 2013




"...nas solas daquela dona viajei com leonardo ...os sorrisos eram de liberdade."... jv


pura,
e com uma certa virgindade que apaixona
há tanto tempo...

a oferta desse cravo de liberdade
indica onde começa outra
ninguém deve tanger o espaço de alguém


sentir respeito, confiança, admiração
desenvolver um sentido verdadeiro
ético e incondicional

na igualdade te construo
na fidelidade te projeto
no sangue fraterno
que circula me dou

joaquim vairinhos

terça-feira, 16 de julho de 2013



se o amor me toca
quando amado
não fico pensando
em passado ainda quente

vivo com o entusiasmo 
que se pressente presente

quero que o amor acenda
fogo no teu olhar
calor em braços quentes

quero que sejas
planície devastada
em que serei vento
nesta madrugada

quero reacender
teu corpo
se cinzas brilhando
ainda houver

quero ser luz
e fogo
calor sonho
e alegria

nas noites
que serão auroras


Joaquim Vairinhos



domingo, 14 de julho de 2013



14 de Julho de 2013

continuo na minha Bastilha
solitário
quem sabe virão os dias
da liberdade
da igualdade
da fraternidade

então arranco raízes  
medos desejos
atirarei minha carne
aos urubus 

serei eterno

joaquim vairinhos





Naquela hora do dia
manhã cinza preguiçosa
com sol em seus braços
prende a luz balançando

navega no claro escuro 
em contornos de sombra
pelas ondas mornas de seda
buscando belos paraísos

no regresso de eternos viajantes
tesouros de fantasia desejados              
são encontros tantas vezes perdidos
nas páginas de amantes sem tempo

das águas correntes surgem vagas
guardadas na espuma da memória
explodem olhares saudosos em segredo 
no imprevisto de mãos encontradas...


Joaquim Vairinhos.
www.jmvairinhos.blogspot.com

sábado, 13 de julho de 2013



nas palavras
navego,
oceanos rios
lagos lagoas
secam em virtuais
caminhos,
passo
e volto a passar
de nada me serve
estás sempre no mesmo
lugar,
sempre com mesmo
olhar,
sempre com mesmo
sorriso,
e eu com desejos
de te abraçar
agarrar,
sentir
na tua pele,
o sal ...

emilio casanova
www.jmvairinhos.blogspot.com

sexta-feira, 12 de julho de 2013


Domingo no Algarve (II)

O mar está calmo hoje, com uma brisa de nortada que o amansa e refresca.
O verão está pleno na sua primavera de sentidos. Bem cedo, toda a manhã
o horizonte confundia o céu dando-lhe aquela cor de azul que os pintores
buscam; há sons diluídos que se abrigam nos cantos de sombra...sobre o fundo do norte o azul baço pincelado de verdes castanhos agita-se com transparente nitidez. No verão a nortada da serra põe um brilho fotográfico na atmosfera:

fui a esse bar esplanada
quase no meio da praia
bebi uma cerveja de um trago
aguardando tua chegada

olhos buscando
parando aqui e ali
contornos passando
desesperando não chegavas 

Ao fim da tarde no reflexo do pôr do sol a nortada se foi, um vento levante
chegou de mansinho bem quente na brisa do mar,

olhos buscando sem fim
outros olhos acenando, sorri
veio um whisky com gelo e
um gin tónico para ti...

www.jmvairinhos.blogspot.com
emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

quinta-feira, 11 de julho de 2013



queres vir estar comigo no Algarve ?

acaso gostarias
tomar um banho 
juntar nossos corpos
numa manhã de domingo

quem sabe
se não permitirias
aos nossos olhos
essa breve felicidade

que outros pensariam
não nos interessaria
na realidade

se tantos mimos
guardados
os deixássemos
em liberdade
que bom que seria

quantas vezes
não encontramos
a oportunidade
de nos darmos
ao outro
e, tantas vezes
com vontade

toma essa coragem
telefona escreve
fala comigo
e diz-me :
quero ir estar contigo
no próximo domingo


www.jmvairinhos.blogspot.com
emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Como quero que você me encante
na longa maratona dos dias.

Como preciso de sua companhia,
não de flores, para minha caminhada
com  sorrisos pertinho de meus olhos,
e compreensão construída nas palavras
da  amizade, nas tardes calmas.

Como quero que você me perfume
naquele sol que se esconde ao fim do dia,
para recebermos nossa convidada
aquela que faz de madrinha quando você me beija,
lembra, quando ela entra por aquele espelho
e estende seu manto brilhante em cima de nossos olhares.

Como quero que você me tente,
adoro que o faça na importância do universo,
sim, com aquela partilha de entrega.

Como quero que você me guarde
em lugar que nunca me perca na imensidão
daquele cantinho do ser que os poetas adoram
ao lado da criança que você alimenta. E quero
conhecer na dimensão do tempo…


joaquim vairinhos
www.jmvairinhos.blogspot.com
quero-te ver, 
e dar-te o abraço
que sempre quis dar...
não dei,
porque tive vergonha
de te dizer.
amei-te na paz
do meu silêncio,
adorei a profundidade
dos teus olhos,
alimentaste meu pensamento,
paixão tive. 
no tempo de hoje
tenho admiração,
quero-te
naquele abraço
que não dei,
na pele que não
senti,
no beijo que 
ansiei.

Esperei...

Joaquim Vairinhos

Tu nunca compreenderás
o que representaste para mim...nunca!
Não quero que me reduzas...
tenho tantas amigas!

Tu és o perfume da minha alma.

Se de amantes passamos a amigos,
teu perfume perde aroma.
A amizade entre amantes banaliza sentimento!
Não querer estar ligado...não é não querer!
É guardar!

Guardar-te-ei numa alma inviolável,
para não perder a essência, a imagem, o prazer,
a emoção, o amor.

E não precisas dizer o que fazes,
teus sucessos, tua vida.
Antevejo o que serás sem mim.


emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

terça-feira, 9 de julho de 2013


porque marilyn não amou pessoa

ela não sabia
nem podia imaginar
o que fazia despertar nele
se soubesse deveria tentar
amar, aquele homem discreto
às vezes ausente
não porque ele o quisesse
parecer
era assim sua índole
afastado reservado
mas dentro dele
era um vulcão
em ebulição por aquela
mulher que nada fazia
para corresponder :
nem sorriso nem olhar
de desprezo sequer
nem cumprimento
pensar não resolvia
era preciso atuar
assim um dia
abordou a senhora
com bons modos,
e delicadas maneiras
ao qual ela correspondeu
sem descortesia
referindo-lhe simplesmente
com verdade
que o amor não escolhe
quem amar,
ela não tinha por ele
sentimento e nada
servia tentar porque
o amor quando se tem
por alguém é dádiva
que se deve guardar
cuidar, e enriquece
quando se é
correspondido...

e, assim fernando em pessoa
não amou mais ninguém...



emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

Dos Cânticos (XI)

se teus olhos, amor, restam húmidos
por ti ficarei num suave abandono,
quero-te segura, e certa sem pudor

como tu queiras viver esta devoção
seguirei meu destino abraçando tuas lágrimas,
afugentando medos de olhares e raiva

na nobreza de tua pele, entreaberta,
me entregarei ao calor de tua ternura,
sossegando na minha boca teus lábios tépidos

será na dureza da vida que nos iremos salvar...

emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

teu nome




se lembro teu nome
esqueço meu endereço,
memórias que me deste
nas folhas escritas dum poema
que não terminaste
vagueiam entre céu e mar
naquela linha sem colina.
parti porque não mereço
esquecer tua saudade,
mastigo os versos que não acabaste
num sem tempo de harmonia.
como doem as palavras não ditas,
como ferem verdades caladas,
como são malditas as ideias
quando mergulham em vãs esperanças,
nas cores das pétalas já murchas.


emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)


não se pode falar :
os tectos estão baixos

quantas vezes
sussurávamos

não se pode falar :
as paredes têm ouvidos

quantas vezes
nos vigiávamos

hoje, democratas
os ouvidos estão tapados

para que serve gritar



emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

sábado, 6 de julho de 2013

...


Somos seres animados :
há os que se movem
há os permanentes sem mudar de lugar
todos em função
ligados na rede necessária
mulher homem árvores flores
cão gato mosca macaco
com sapato chapéu vestido calças
sem sapato.
Somos ilustrações do texto
no contexto do próprio texto
construído com palavras
sinais movimentos
afectos pensamentos.
Somos vida na essência do não existir
existindo.
Viajantes infinitos correndo pelo vento
pelo sol pelo dia pela noite
na busca da aurora que acorrente
anéis da liberdade imanente.
Somos seres geminados buscando
a divindade da vida construída
na simplicidade de coexistir.

Joaquim Vairinhos

um dia no Rio



um dia no Rio...

gentileza atrai : não é assim ?

navio quando entra de manhã
no porto da cidade
velas das janelas têm outra cor
sol bate nelas chamando

gentileza atrai : não é assim ?

livros e capas coloridas
chamam a atenção
de leitores desprevenidos
em busca de palavras

gentileza atrai : não é assim ?

burburinhos formigueiros
enchem calçadas e passeios
restaurantes bares e tabernas
convidam ao prazer dos cheiros

gentileza atrai : não é assim ?

saídas ao cair da tarde
têm outra animação
se iluminam velhas ruas da cidade
dançando e bebendo melodias

emilio casanova

sexta-feira, 5 de julho de 2013

chuvas


correm aqueles pêndulos
em pontas de marfim
inscrevem na água
palavras não ditas

seios nas folhas
prazeres nas lágrimas
lábios em ramos
rios sem mágoas

corpo se liquefaz
na trança molhada
bocas bebem fogos
daquele mar de oceanos

que chuvas cobrem


emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

terça-feira, 2 de julho de 2013

minhas


levanto-me e volto a sentar-me 
defronte desse mundo inteiro
olho para a janela branca
respiro e penso como se escrever
fosse caminho da vida alimento do corpo.

cada passo que tropeço espanto-me
com tantas faces que elas têm
muitas já vistas já gastas já velhas
sempre novas sempre bonitas
noutras formas de harmonia.

prendem-me na cadeira
na mesa onde os homens comem
convivem e bebem
devoram-me nos seus labirintos
quando cansadas deitam-me fora.

principiei a escrever no outono
de meu mundo desenhei com elas
coisas afrodites e para que não digas
que não falo de amor procurei
essa coisa rara da sabedoria :
a simplicidade das palavras.

emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)

um quarto



pela metade se vive,
quantas vezes basta um quarto
pequeno, espaço de amor vibrante
de cor sem todos os sonhos. 
são intensos os gestos que traçam
curvas abertas nos passos lentos
das chegadas.
apagam vontades em construção :
caprichos
desejos
celebrando mundo insubmisso
de projetos calculados.
as tintas que pintam a vida
não têm as cores escolhidas,
nem subtileza
nem leveza
nem fantasias
muitas vezes as mais incompatíveis.
despe-se a pele de :
receios
mágoas
medos,
agarra-se na mão migalhas
de bons momentos seguros.

não vá o diabo tece-las...

emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)