Um Sítio...Joaquim Vairinhos

Um Sítio...Joaquim Vairinhos
Poesia, Prosa e Música.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

quinta-feira, 20 de novembro de 2014



Tem gente que reza
e gente que sente
gente que detesta
e gente que ama gente
Tem gente que rouba
e gente que doa
gente que ignora
e gente que perdoa
Tem gente que sorri
e gente sorumbática
gente superficial
e gente sistemática
Tem gente que se importa
e gente indiferente
gente muito viva
e gente quase morta
Tem gente verdadeira
e gente mentirosa
gente desleixada
e gente caprichosa
Tem gente com muito
e gente com pouco
gente com conteúdo
e gente cérebro oco..
Gente que muito vale
e gente que não vale um vintém
gente como a gente,
outras como tantas
e poucas como ninguém!

M.Rebes

quinta-feira, 23 de outubro de 2014



Aproximei-me da boca da Galeria
era um trem de ansiedade que me acompanhava
não era exposição do Manuel Baptista
eram teus lábios e olhar doce que buscava
peguei tua mão mergulhando meus olhos nos teus
apreciei teu corpo espartilhado em vestido justo preto
nada me dizia o que iria acontecer
nem esperava ver teus olhos húmidos sorrirem
nem teu bâton com sabor a romã
nem tua mão nos meus cabelos em carícia contida
nada mais vi...
saí pensando nas partidas da vida !
Joaquim Vairinhos.
"Folhas", quadro de Manuel Baptista.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O tempo perdido na miragem do olhar
fluindo num estio outonal
traz consigo a saudade do mar
daqueles fins de julho
onde tempo se escondia nos sorrisos
e olhares de amores de estação.

não sabiam não. como eram felizes
jovens de então.

seduzido pelo som daquelas vagas
banhadas em espumas alvas
sentei-me em grãos de areia macia
buscando naquela tarde de verão tardio
imagens na memória envelhecida.

não vinham não. as imagens fugidias
que apareciam na retina do olhar
se confundiam na regular e contínua dança do mar
num entrelaçar de desejo outonal.


Joaquim Vairinhos
Foto de Joaquim.

domingo, 12 de outubro de 2014

Soltar a liberdade que existe em ti,
quem sabe, descobrir um paraíso
onde teus olhos são estrelas.


Prender os cabelos da aurora,
quem sabe, amanhecer na luz
onde teus olhos são sol.


Sonhar nos mármores de um luar,
quem sabe, encontrar tua alma

onde teus olhos são espelhos.

Cantar nos braços de uma criança,
quem sabe, recordar saudade
onde teus olhos são esperança.


Joaquim Vairinhos



Joaquim Vairinhos



Sentir a cor do poema nas rochas de um sol posto
na miragem de olhares urbanos gastos de fadiga.

São ásperas as pedras do tortuoso morro 
naquelas encostas de ervas atlânticas.

Vale o esforço na penumbra da tarde já gasta
desperta pelo levantamento da nortada fria.

Iniciada que foi a partida do astro encerra-se o espetáculo
começa a debandada.

Se Sagres é o promontório do altar da profana missa
é a lua a guardiã da noite que se aproxima.

Joaquim Vairinhos, Sagres.


Passa tão depressa o tempo no outono da vida
escorrem os dias pelas rugas da face 
num encontro programado com as páginas adormecidas

mãos cansadas recolhidas libertam saudades, amores
amizades.
dores e mágoas são no corpo as manchas da caminhada

frutos maduros não tapam juventude
eterna sabedoria do amadurecimento da mente
sempre confinada aos limites dos homens

com a eterna questão sempre presente
para onde vão ?

joaquim vairinhos


falta-me ousadia
para escrever sobre a morte.

sobre a minha !

ouso a vida
a alegria. os amores. as saudades.
as tristezas
as injustiças. as deslealdades.

mas ela
a morte, a minha,
está sempre em minha companhia.

que coisa !
de noite e de dia.

tentei fazer um pacto
daqueles. olhos nos olhos.
rosas brancas.
velas e champanhe.

ela não tem tacto
não sorri !
fria.
calculista.
vem de vestido sem cor
sem abraços de amor.

porra, sem pudor
sussurra-me :
chegará o dia que vens a mim
farto desse mundo cruel
de erros.
omissões.
falsidades e traições !

sei que assim será.
sei que ainda a vou desejar.
amar nunca !

mas que me leve. sim !

joaquim vairinhos


Passavam apressadas e cinzentas.
Carregavam silêncios.
Estranhos nadas brilhavam nos olhos.
Umas corriam. 
Outras talvez cansadas deslizavam.
Para onde iam naquele rio de pernas e braços.

Todas sabiam.
Eram normais os seus desejos.
Estranhos hábitos
aqueles quotidianos sem horizontes.
Asas para quê?

Toma o caos da vida. Toma a anarquia do sonho.
Mesmo sendo estranha a partida
cria a liberdade daquele outro caminho.

Joaquim Vairinhos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014


Para quê esta tristeza que embala
qual vento manso entre folhagens
cansadas de verdes esperas.

Sempre aquele espanto de partidas
por muito adiadas sem tempo
na amassadura de nossas vidas.

Ser frágil na virtude do gosto
em condição humana cativo,
faz-se do dia vindo um arrepio.

Porque te vás nesta quietude
soalheira de verão
transportando sentimentos,

deixando dor e desalento.
Como este gosto de Agosto
ficou amargo e frio.

Será amor que se sente,
como chamar a esta dor
filha de filho ausente ?

Joaquim Vairinhos, 15/08/14.

sábado, 2 de agosto de 2014



Rainha ONU vai nua e insegura
feia...caminha cercada de ignomínia
sabe que fazer. Faz o que diz não querer.

Sabe que Israel não desiste
até a Palestina morrer :
crianças, velhos, doentes, mulheres
civis.

Que importa, são muçulmanos
carne que pouco conta
na geografia do seu poder.

Holocaustos não houve só um
quando netanyahu bombardeia
são escudos humanos que mata:

hospitais escolas
que se importa. É preciso
crimes de guerra julgar.

Rainha ONU vista-se.
Tenha vergonha!

Joaquim Vairinhos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014





Tua cidade
(...a cidade onde quero ir...)

Um dia vou conhecer tua cidade
andar pelos caminhos que pisas
nas suas ruas desde tenra idade

encher-me dos sabores
dos aromas das flores
ouvir os risos das crianças
abraçar suas belas árvores

quero beijar na tua boca
a cidade que existe em ti
dizer como é linda
espelhada nos teus belos olhos
ondulada nos teus suaves cabelos
beber-te nos cálices tintos
embriagando-me em ti,

amando tua cidade
para que me ames a mim.

Joaquim Vairinhos, in "Confissões"

quinta-feira, 31 de julho de 2014



Acordar ao som de música suave de jazz
com cheiro a café nas narinas
calor entrando pelas gretas das cortinas

dedos suaves meigos esguios
penetrando madeixas de meus cabelos
que paraíso
difícil de acreditar nessas mordomias

ainda ontem soluçando me dizias
não
não me querias

que mudou
que transformação
seria a menstruação ou a tpm

algo foi que levou à discussão
sem nexo sem pudor
sem as regras do amor

contrariando o que anos
fomos alcançando
dia a dia com suor e amor nos amando

serei eu serás tu
qual dos dois não compreendeu
que viver a dois sem confusão
passa pelo dia a dia
mão na mão
olhos nos olhos
coração no coração

confesso
da noite não gostei
ao acordar …amei.

emílio casanova


Parar o agito da erva
açoitada pelo vento da cidade,
acalmar vagas
arrastadas pelo vento do oceano,
mover pernas
desordenadas pelo desencanto,
esbracejar ramos de floresta
apontados para o horizonte,
morder ossos abandonados por
desinteressantes.

Comer a fome do amor
no fastio das jornadas,
beber a sede que refresca
nos oásis dos tempos
percorridos juntos
em abraços de oceano,
largo, de milhares de léguas,
encantamento de novos mundos,
nos sorrisos simples
de almas puras disponíveis.

Que longa caminhada
de caminhos sem estradas,
longe da luz das estrelas
frias no negro horizonte
desdizendo nossas esperanças,
hoje, sei de deusas desfazendo
amores impossíveis
que navegam na busca
de destroços de almas
cerzindo novos encontros.

Joaquim Vairinhos.
Foto de Tommy Ingberg, Race 2014.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Chet Baker ~ Every Time We Say Goodbye





Fim de tarde num deitar de sol

saído do mar nos pés areia
ainda tremula na despedida

palavras não fluem contidas no momento
brilha nos olhares o sonho exacto.
oh comunhão de som

every time we say goodbye,
alucinação de Chet Baker
em sorriso cúmplice de hi

até já

Joaquim Vairinhos, in " Nas Espumas do Verão ".

sábado, 26 de julho de 2014



Na beleza
navegam os segredos do mundo

vislumbro tuas fotos 
admiro teus vestidos
busco em teus adornos
o olhar

chego ao coração
sinto suas fontes
percorro suas rugas
inscritas de anseios
de esperanças e
de afetos

com poema cheguei
deixaste
percorri teu profundo
ser

haverá algo mais amoroso
do que o sonho
a esperança
o romance
os afetos
o amor

- todos os dias homens da ciência
falam da importância do amor nas nossas vidas -

sê uma pessoa que viva de amor
nos livros
nas melodias
nos filmes
nos raios brancos do luar
nos sons do vento na folhagem verde
na espuma branca do mar
no sorriso das crianças felizes

sabes,
ama-te a ti mesmo
para amares os outros, e
terás momentos de felicidade

alegria !

nos rios do teu olhar
viajo
busco
palavras para o poema…

Joaquim Vairinhos, in " Nas Espumas do Verão"




Onde está meu sono 

quando me enfronho
nesse ser soberano 
de espirituais deuses
onde a poesia
é carne e coração
que na mente divide :
prazer... sedução...
amor... separação...
em mágica unidade
de paraíso em inferno céu

onde está meu sono ?

quem me deu carne
esse jubiléu eterno
que de intemporal
alimenta os dias de amantes
nas mãos de deuses
nascidos de sementes
aladas nos espíritos
das gentes

quem me deu ?

onde está meu sono ? ... nas tuas mãos ?

Joaquim Vairinhos, in "Nas Espumas do Verão"



Cúmplices

quando se sente parte da alma
em conivência
sem conseguir compreender

e há tanto tempo !

estranha-se 
quanto mais se entranha
se interroga
se recolhe

porquê… porquê...
esta busca permanente
tenta-se compreender
se conhecer

desde a adolescência
se percebe
a constante mudança
sem definição
excepto para algo
sem conseguir entender

desconstrução torna-se necessária
na busca da compreensão do inatingível
da não resposta

e eis que surge a cumplicidade irreal
a similitude de pensamentos...
sensações...desejos...fantasias…

quanto mais se penetra no Eu
mais profunda se torna a sombra :
quem somos...
donde viemos...
para onde vamos...

Joaquim Vairinhos, in "Nas Espumas do Verão".


Passeia-se ao sol como árvore sem copa,
evitando os corpos distendidos na areia escaldante.
Não perde tempo. Quer apanhar a maré viva
como uma gaivota na beira mar.

Vai nadar até poder. E quando parar já tarde
o sol e os corpos já se foram na quietude do luar.
Quando olha em frente não se sente,
transporta-se para outros momentos que já viu passar.

Joaquim Vairinhos, in "Nas Espumas do Verão".


Fim de tarde num deitar de sol
saído do mar nos pés areia
ainda tremula na despedida

palavras não fluem contidas no momento
brilha nos olhares o sonho exacto.
oh comunhão de som

every time we say goodbye,
alucinação de Chet Baker
em sorriso cúmplice de hi

até já

Joaquim Vairinhos, in " Nas Espumas do Verão ".

quinta-feira, 17 de julho de 2014



As pedras das palavras

Quando busco a palavra nas pedras
silêncio torna-se atroz 
mudas elas ficam
nas suas memórias seculares

resistem às intempéries
como ausentes
sofrem quedas e caladas
curtindo suas mágoas

gritam silêncios em longas
vagas
que só os poetas os sentem
muitas vezes envergonhadas

calam suas ilusões
sempre na esperança
de que seus caminhos
que protegem
e passos
que as percorrem
encontrem lucidez
na mente dos homens

que as pedras das palavras
sejam lidas
entendidas
por aqueles que as governam

Joaquim Vairinhos, "Tanta coisa para dizer"

sexta-feira, 11 de julho de 2014


quero conhecer ainda que seja
um instante... teu sabor.
loucura minha este querer
baila com asas
no mais profundo sentimento.
se te imagino
num intenso silencioso olhar
apetece-me abraço terno
que nada fazia prever.
diz, dá um sinal,
quem sabe...
podes ser o meu bem querer.

Joaquim Vairinhos, in "Confissões"


Mastigo a vida nos dentes
Como quem come massa italiana
Nos tomates da existência.

Fico sem vontade de maldizer
Aqueles erros 
Que acumulo na consciência.

Porque ter em mim
Vida acelerando meu fim.
Será que amei demais?

Será que confrontei a paixão
Com querer… com desejo
Por viver nos limites?

Acelero meu princípio 
Que o importante é o presente
Que o passado já foi!

Espero futuro que nunca será.
No que acredito que te levarei
Comigo…maldito!!!

Joaquim Vairinhos

quarta-feira, 9 de julho de 2014


mulher

tuas mãos são pombas
brancas na paz

teus dedos são asas !

teus olhos lábios
voam no rosto

teus braços armas
prendem amores

doces berços !

tuas pernas são danças
abraçam desejos

sementes de esperanças !

na liberdade
voos de segredo

mãe mulher amante
água terra fogo ar

corpo alma
sempre presente.

Joaquim Vairinhos


Tarde de verão na falésia

O rasto de luz diluía-se na
espuma das pequenas ondas
de cor prata da maré vazia.

A toalha azul de riscas
aguardava pela chegada
da pele molhada.

Decorrida está metade da tarde,
vozearia jovem agita o mar
em sons quentes de verão.

No mergulho de olhos
fechados há aquele mundo
cheio de ruídos líquidos,

um intervalo entre quente e frio.
Silêncios e sons vazios
em mistura intemporal.

Contrabando de mundos
repassa na mente
em prazer fugaz contido.

Corpo desafiador
busca no sal do mar
momentos breves de bem estar.

Joaquim Vairinhos.

segunda-feira, 30 de junho de 2014



Acordei em Copa

Sol brincava com teus cabelos
senti seus longos dedos matinais
primaveris, acariciando meus olhos
sonolentamente preguiçosos, bocejei

na decisão, larguei lençóis,
teu calor e,
saí para a calçada bem pisada da
adorável Copacabana

misturei-me com todos aqueles cariocas
apressados em caminhar,
caminhar por caminhar
muitos deles sem olhar, a beleza do mar

eram carreiros humanos rotinados,
autómatos de formigueiro

e, tão belas ondas do mar ali,
tão perto do olhar

passei por Drummond
eternamente sentado,
por Dorival carregando seu violão,
o poeta e o músico deliciados
nas curvas belas das princesinhas do mar
que se lhes juntavam a fotografar

levantei o olhar para longe
fui até ao Pão de Açúcar
invocando deuses e Iemanjá,
lamentei a vã ilusão humana
quando não temos...queremos,
quando temos não vemos,

Copa bela Copa
beleza como a tua não há.

Joaquim Vairinhos, Maio 2013

domingo, 29 de junho de 2014


nunca soube seu nome
se era de planta pássaro ou lugar
sei que tinha silêncio de 
melancolia cintilante nas íris do olhar

talvez maria 
como o oiro do trigo
nos lábios da terra
alentejana

quem sabe isabel
nesse profundo olhar
da sombra do vento
que passa nas tardes
redondas do sol pôr

apertei suas mãos
como se fossem novelos de lã
levei-as aos lábios
como se acaricia água cristalina
da fonte ou a pele suave
de criança

soltei seus dedos
para a liberdade das palavras
que dançaram
na magia do momento

soletrei esses versos
como estrelas
na cadência das batidas
de sangue invadindo como chuva
a planície do ventre

nuvens de seda
brotavam dos lábios
em murmúrios cúmplices
de areia
invadida pela energia
das ondas brancas
da maré cheia

a deusa que julguei ausente
viajou na brisa suave
de espumas livres
nas esquinas da mente

Joaquim Vairinhos, in "Confissões"
Foto de Fernando Romão-Seara Alentejana.

correm aqueles pêndulos
em suas pontas de marfim

inscrevem nas águas
palavras ditas sem fim

são seios de verdes folhas
castrados em prazeres de lágrimas

são lábios em ramos de cetim
rios de florestas sem mágoas :

se corpos se liquefazem
nas tranças molhadas

se bocas bebem fogos
daqueles mares de oceanos

se chuvas cobrem sombras
dos princípios iluminados

são cenários de alma
naquela busca eterna de mim.

Joaquim Vairinhos

segunda-feira, 17 de março de 2014



e havia maria

e havia a taça de vinho tinto
entre a toalha de renda branca
e o brilho do teu olhar. lunar.

e havia tudo em emoção, naquele
doce palavrar. era de coração,
para coração ao som da música no ar.

e havia aquele arrastar envolvente. do jazz,
dando melodia ao ambiente. não parava de
te olhar.

e havia minha mente construindo
este ato, naquele lugar. por mais fantasia
que fosse. era lá contigo.

que queria estar.

emilio casanova, in "Só & Cia"


naquele lugar

e percebi que há mais primavera,
nos grãos de areia da praia. em suas dunas
de músculos de espuma. de manhã quando
me levanto. bem cedo.

e caminho por ela acariciando meus pés frios.
a solidão não me embarga a garganta,
a comoção não faz brilhar meus olhos.
a tua lembrança que me acompanha. sim.

sem querer viver outonos em primaveras
de sonhos. percebo que há mais vida nas palavras,
nas rosas vermelhas sem enganos. nos cravos
que alimentei na esperança durante anos. e anos.

chegam os dias de sol com sua doçura.
os perfumes e os cantos das aves que me guiam,
na luzidia claridade de novos dias,
são minha companhia. na permanência dos instantes.

março vai deixando abril chegar. nuvens vão
esfarelando o horizonte. trinados e risos
enchem o pátio. pergunto como chegar.
aquele lugar onde. sem defesas, sem rosas.

não sei voltar. ser pleno é mito. ser feliz é sonhar.

joaquim vairinhos, in "Só & Cia"




segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


Nos teus olhos lavo mágoas
no teu sorriso oiço melodias
na tua pele
não imagino o que sentiria,
por muito que tenha vivido
sei que de ti dependeria,

como teus olhos e sorriso
anunciam.
É na essência de cada um
na originalidade pessoal
que está o sal e a pimenta,
e pelo que vejo
meus olhos pressentem,
contigo,
minhas mãos tudo sentiriam.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014


navego
nas palavras
oceanos 
rios

lagos lagoas
secam em virtuais
caminhos

passo
volto a passar
de nada me serve
estás sempre no mesmo
lugar
sempre com mesmo
olhar
sempre com mesmo
sorriso

e eu com desejos
de te abraçar
de te agarrar
de te cheirar

para sentir
na tua pele
o sal do amor...

emilio casanova in " 15 Poemas para Ti..."


E o silêncio fez-se corpo
em imaginação absorvente
nas alvas dobras do carinho

minha boca era a tua
naqueles lábios
de ansioso desalinho

eram verdes os diamantes
nos olhos de estrelas
sorridentes

nesse escuro universo
eram alvas as madrugadas
de rosas em lençóis voadores
onde alcançavas
os sons da montanha
nos picos agrestes
de himalaias de esperança

mãos restaram cheias
de brancas pétalas
no tapete adormecidas.

Emilio Casanova