amei-te uma noite...
quando a janela se abriu estilhaçando
silêncios monotonias e pausas...
corri apressadamente com inimigo
vento na mente
a calma da aurora queria silenciosamente
sossegar a agitada noite dos amantes
deixei-te enleada na alvura de lençóis
amarrotados pelo esforço caloroso
da noite comungada nos nossos corpos
vivos de alegres amorosos
fechada a janela como quem guarda
um segredo ... voltei a ti voltei a mim
na procura do silêncio descansado
do amor partilhado
reencontrei-te na encruzulhada de uma paz
de repouso
e de ânsia de uma nova refrega....
entregámo-nos como se o dia fosse acabar
nem os vidros estilhaçados da janela
que o vento matinal primaveril
quebrou união poderosa de dois corpos em extâse
Emílio Casanova, in “Maria”
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