nos ombros das cadeiras azuis
enquanto esquina envelhecida
dobra as dunas da rebentação
levantando espuma airosa
que dá fresco tom à embarcação.
Rostos tatuados de cansaço
flutuam ao sabor da levitação ondulada
de tábuas enferrujadas.
Regressam escrevendo prosas
no seu diário de bordo
de fadigas quotidianas
em correrias pelos poros da cidade
quais formigas em único sentido.
Buscam conforto nos cantos
dos muros de seus tetos.
Fantasmas brancos fervilham suas mentes
na escuridão de fornalhas verdes
sem chamas.
A barca era sua cama por alguns instantes.
emílo casanova,in "as pedras das palavras"
Aproveitei o feriado para passear pelo teu blog. Ao reler tuas poesias comparei-as a um delicioso vinho degustado inúmeras vezes, onde o sabor se acentua, a cada vez ingerido. Viajei por entre um céu imaginado, acompanhando belíssimas palavras aladas como se fossem alvas aves em voo livre.Percorri linha e entre linha de cada verso, penetrei em cada imagem e te digo, que me transportei para esse maravilhoso e aconchegante sítio onde tenho certeza que guardarei no transcorrer das horas, deliciosa impressão.
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