páscoa desdentada
bela côdea
amarelada
tostada
que cairá
no oceano faminto
do estômago
como um meteorito
…
em velocidade
da luz
plena de aceleração
diluiu-se
qual algodão
doce
num espaço
de consolação
...
famintos de abrigo
desdentados
da sorte
miram-se nas vitrines
de néons
procurando
seus olhos
...
sem coragem
cobrem-se de cartão
dormem
numa qualquer
calçada
duma qualquer cidade
numa rua
que não é sua
...
reconfortam-se
nas migalhas diminutas
duma embalagem
qualquer
com cheiro
de cheiro a cacau
...
dos ovos
dos coelhos
saídos de capital
chapéu
matam seu prazer
na Páscoa
de um deus qualquer
emílio casanova
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