Dorso espalmado em quentes panos corais
cor envolvente. viajar em tapete nocturno
de um quotidiano descanso.
olhos pregados no firme céu
regado por luar gordo brilhante
de sol de agosto onde inverno adormeceu
Sonhar naqueles olhos bem abertos
mãos nas mãos combatendo desertos urbanos
que empurram para caminhos ausentes
onde cavalgam horas infindáveis de esperas
sem flores sem urtigas sem espinhos desumanos
Reinam estresses vincando rugas em rostos de meninos
Eis num súbito o negrume rasgado da noite
diante do luar faiscando para o lado do mar
laivos de raios escaldantes. original estrela
cadente de riscos persistentes em manchas
de fumos brancos numa estranha sequência
Abrem-se lunares caminhos da via láctea
Natureza em espectáculo universal
como vitrine do espaço infinito
cerca. invade. une. emociona o deus que nos pertence
Olhos viram-se espelhos. eram humanos
os reflexos daquelas fugazes imagens
Eram amantes buscando eterna espiritualidade. talvez.
Joaquim Vairinhos
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