montanhas de espuma cavalgam-se
sobre si próprias ininterruptamente
até desfalecerem nos braços morenos
dos milhões de grãos de areia
que as recebem humildemente
tudo muda no levante
que os transforma em milhares de migrantes sem costa certa
são como cidadãos de outro mundo
levados pelas mãos de elites indigentes
bem clamam jovens despertos
do engonhar dessas gentes
que fazem do mundo coisa sua
até quando
os povos quais ondas humanas
não os empurram para fora de suas cadeiras mundanas ?
Joaquim Vairinhos, in "Poemas Vadios", a publicar em 2020.
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