No silêncio
É no silêncio
que venero imagens guardadas
com saudades
erguem-se como muralhas
construídas de gestos
momentos
sentimentos protegidos
por defesas sensíveis
sempre com duas faces
uma bela
outra receosa
é no silêncio
que venero sons do mar
decrepitude de fogo brando
vento nas ramagens frescas da manhã e
ruídos de noite lunar
é no silêncio
que mergulho nas profundas
ondas do esquecimento
sem me encontrar
só espuma vogando
enternece meu olhar.
Joaquim Vairinhos, in "Grito só silêncios nas asas do Verbo", 2019.
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