nunca soube seu nome
se era de planta pássaro ou lugar
sei que tinha silêncio de
melancolia cintilante nas íris do olhar
se era de planta pássaro ou lugar
sei que tinha silêncio de
melancolia cintilante nas íris do olhar
talvez maria
como o oiro do trigo
nos lábios da terra
alentejana
como o oiro do trigo
nos lábios da terra
alentejana
quem sabe isabel
nesse profundo olhar
da sombra do vento
que passa nas tardes
redondas do sol pôr
nesse profundo olhar
da sombra do vento
que passa nas tardes
redondas do sol pôr
apertei suas mãos
como se fossem novelos de lã
levei-as aos lábios
como se acaricia água cristalina
da fonte ou a pele suave
de criança
como se fossem novelos de lã
levei-as aos lábios
como se acaricia água cristalina
da fonte ou a pele suave
de criança
soltei seus dedos
para a liberdade das palavras
que dançaram
na magia do momento
para a liberdade das palavras
que dançaram
na magia do momento
soletrei esses versos
como estrelas
na cadência das batidas
de sangue invadindo como chuva
a planície do ventre
como estrelas
na cadência das batidas
de sangue invadindo como chuva
a planície do ventre
nuvens de seda
brotavam dos lábios
em murmúrios cúmplices
de areia
invadida pela energia
das ondas brancas
da maré cheia
brotavam dos lábios
em murmúrios cúmplices
de areia
invadida pela energia
das ondas brancas
da maré cheia
a deusa que julguei ausente
viajou na brisa suave
de espumas livres
nas esquinas da mente
viajou na brisa suave
de espumas livres
nas esquinas da mente
Joaquim Vairinhos, in "Confissões"
Foto de Fernando Romão-Seara Alentejana.
Foto de Fernando Romão-Seara Alentejana.
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