Levanto-me
e volto a sentar
defronte desse mundo inteiro
defronte desse mundo inteiro
olho para a janela branca
respiro
e penso como se escrever
fosse caminho da vida
alimento do corpo
fosse caminho da vida
alimento do corpo
cada passo que tropeço
espanto-me
tantas faces as palavras têm
muitas já vistas
já gastas
já velhas
espanto-me
tantas faces as palavras têm
muitas já vistas
já gastas
já velhas
e sempre novas
sempre bonitas
noutras formas de harmonia
sempre bonitas
noutras formas de harmonia
prendem-me na cadeira
na mesa
onde mulheres e homens comem
convivem e bebem
na mesa
onde mulheres e homens comem
convivem e bebem
devoram-me nos seus labirintos
quando cansadas deitam-me fora
quando cansadas deitam-me fora
principiei a escrever no outono
do meu mundo de minha vida
do meu mundo de minha vida
desenhei com elas :
-Coisas do Coração
-Afrodites
-...para que não digas
que não falo de amor...
-e se o mar fosse eu ?
-Afrodites
-...para que não digas
que não falo de amor...
-e se o mar fosse eu ?
procurei
essa coisa rara da sabedoria :
a simplicidade das palavras.
© Joaquim Vairinhos
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