Caminhando
e pensando, dirigiu-se à redacção do Notícias da Terra.
-
Então foi você que descobriu o homem ? – sussurrou uma voz interrogativa, mal
abriu a porta do seu gabinete de trabalho. Surpreso procurou descortinar na
sala escura o intruso que o questionou. – Deduzo que seja agente da judiciária –
proferiu incomodado com a presença de um estranho no seu reservado gabinete, tentando
perscrutar o rosto desconhecido. Tiago não se estava a sentir bem por aquela
atitude impertinente do policial, mas era assunto para falar com Francisco,
mais tarde.
- E
você quem é – interrogou com um tom de voz nada amistoso.
O
agente disse quem era pedindo desculpa pela forma pouco diplomática de aguardar
sua chegada no seu gabinete.
-
Sabe, não costumo encontrar estranhos no meu espaço privado - mas já que está, diga ao que veio, pois tenho
muito que fazer - acrescentou com algum azedume na voz.
-
Fui destacado para investigar o caso do milionário, cujo corpo você encontrou
na praia – disse o policial com ar sereno procurando quebrar o gelo entre eles.
-
Ah!, sim, e que quer saber concretamente ? – questionou Tiago dirigindo-se à janela para abrir um
pouco a cortina de forma a ver bem o rosto do seu interlocutor. - Simples
questionário de rotina – afirmou o agente erguendo-se da cadeira, levando a mão
esquerda à orelha, ajeitando os piercings.
Colocadas algumas questões de rotina que Tiago rapidamente respondeu, o
agente dirigiu-se para a porta, - e, desculpe minha intromissão – quando precisar
é só ligar - deixo-lhe aqui o meu cartão – exclamou, batendo no seu ombro com
um ar familiar.
-
Bom resultado na investigação – desejou à laia de despedida. Tiago estava a ficar
nervoso e estressado, “até ao momento nada tinha escrito sobre o caso, pouco
sabia sobre a investigação, contatos ainda não os tinha, sem ponta por onde lhe
pegar “, gritou exaltado : - Francisco venha aqui ao meu gabinete já! – Como foi
capaz de permitir a entrada do inspetor – acusou, olhando
fixamente o jovem, que nada amedrontado se limitou a exclamar que não tinha
autorizado, ele é que se tinha feito convidado e entrou diretamente sem pedir
licença. “Que descaramento têm estes jovens , e a forma como se apresentava
vestido e, seu corte de cabelo , pensava Tiago olhando par o seu colaborador
com um olhar fixo tentando vislumbrar algumas semelhanças entre ele e o
policial” – Por acaso conheces o tipo ?- disse com um ligeiro sorriso trocista.
-
Não é dos meus relacionamentos, conheço sim uma estagiária com quem às vezes
faço sexo – respondeu sem hesitações.
-
Uma estagiária, na delegacia ? – questionou com alguma ansiedade.
-
Uma estagiária, sim, na delegacia – respondeu Francisco.
- E
só agora me dizes ?
-
Porque dizer da minha vida sexual ao meu chefe ?- exclamou com um enorme
sorriso. – Por acaso você me diz a sua ?- disse Francisco com ar trocista.
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