meus pés
dentro de teu bojo
gasto por longas
fadigas
sentir na pele
as doces maresias
salgadas
nos suores noturnos
de músculos
tendões e sonos
de pescadores
viajar na maré
azul do teu casco
desbotado
pelas garças brancas
inquilinas
de tuas tardes de
sol
descansar
meu pensamento
ferido
pela crueldade
desse burburinho
aterrador
de fim de tarde
da nossa cidade
bela chata azul
da ilha
minha vizinha.
Joaquim Vairinhos, in "Diário da Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro"
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