defronte desse mundo inteiro
olho para a janela branca
respiro e penso como se escrever
fosse caminho da vida alimento do corpo.
cada passo que tropeço espanto-me
com tantas faces que elas têm
muitas já vistas já gastas já velhas
sempre novas sempre bonitas
noutras formas de harmonia.
prendem-me na cadeira
na mesa onde os homens comem
convivem e bebem
devoram-me nos seus labirintos
quando cansadas deitam-me fora.
principiei a escrever no outono
de meu mundo desenhei com elas
coisas afrodites e para que não digas
que não falo de amor procurei
essa coisa rara da sabedoria :
a simplicidade das palavras.
emilio casanova
© Joaquim Vairinhos
(Ao abrigo direitos de Autor)
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